quinta-feira, 29 de maio de 2014

Ernest Kirchner ... entre a emoção e a simplificação....




A Rua, 1913, 120,6x91.1cm, in Museum Moder n Art
( esta pintura foi considerada "degenerada" pelos oficiais nazis)


Duas Mulheres com Lavatório, 1913, óleo sobre tela, Galerie Stâdtische-Frankfurt 


Rapariga em Sofá Verde, óleo sobre tela, 96.5cm x 96.5 cm, Museum Ludwig. 


Desfileiro Zügen, Porto de Monstein, 1919/1920, Óleo sobre tela, 119x119 cm,
(Davos, Kirchner Museum) 


Ernest Ludwing Kirchner (1880-Aschaffenburg / 1938-Frauenkirch) um dos pintores e artistas gráficos de referência do grupo Die Brucke, famoso pelas suas cenas berlinenses de grande tamanho, que tanto contribui para que fosse considerado uma dos mais importantes representantes do expressionismo alemão. Iniciou o seu percurso artístico associado ao grupo artístico Die Brücke ( da ponte) em Dresden, cujas obra se caracteriza por uma imaginação intensa complementada com um carácter emocional violento. Na sua temática neo impressionista, Kirchner começou por assimilar a influência de Munch e Van Gogh e do Fauvismo, visível na simplificação das formas e nas cores, assim como no ato de separação entre o cor e o objecto. Em 1911, na sua passagem por Berlin e deveras inspirado no Cubismo, desenvolveu uma linguagem formal expressiva e fragmentada.  Durante a sua participação na guerra, sofreu uma crise nervosa. Radicado na Suíça em 1917, centrou a sua temática na pintura de paisagens montanhosas simplificadas e dinâmicas com cores luminosas e abstrações ornamentais.        


Francis Bacon ...uma referência da figuração contemporânea



Papa Gritando, coleção William Burden, Óleo sobre tela,  152X118 cm (1971)


Study Ford Head, Tate Modern, Óleo sobre tela, 360x305 mm



Três Estudos do Homem de Costas, Óleo sobre tela, 198x147.5 cm, Kunsthaus Zürich 


Francis Bacon (Dublin -1909 / Madrid -1992) é um dos mais destacados pintores britânicos do pós guerra,  cuja obra apresenta como temas centrais a representação da sociedade, a crueldade do indivíduo e a representação das figuração em interiores. Natural de Dublin, inicia a sua atividade profissional como desenhador de móveis e interiores, descobrindo a atividade pictórica como autodidata na década de 1930 para se dedicar em exclusividade após a Segunda Grande Guerra. Profundamente impressionado pelo Surrealismo, as suas representações visionárias do retrato da condição humana aparece como suspensas, num conflito entre o controlo, o medo, a agressão e a dor. No seu processo criativo, Bacon se inspirou tanto nos apocalipses de Bosco, como em Wiliam Blake, Edvard Much ou Vincent  Van Gogh. Nos seus retratos explorou sem cessar variações em que o tema tinha como objecto a introdução de figuras em espaços interiores. A sua rigorosa estruturação contrasta com o efeito sugado nos quais as figuras surgem quase mutiladas, ejectadas com pinceladas e colores muito expressivas. Para além do retrato propriamente dito executou numerosos trípticos e é considerado uma das figuras de referência no renascimento na arte figurativa na Europa.    

História da Arte Contemporânea


Francisca da Silva Costa (UEMA)


1 -   ARTE CONTEMPORÂNEA


A arte acompanha o homem e sua história em manifestações que refletem o contexto social do momento em que ele está inserido. E, partindo da premissa de que arte é cultura, o estudo de sua produção artística é uma potencial referência aos acontecimentos sociais, políticos e econômicos de cada época.
A Arte Contemporânea, alusão à arte produzida depois da 2ª Guerra Mundial, é caracterizada por apresentar uma ampla disposição para a experimentação, levando os artistas a realizarem uma verdadeira fusão de linguagens, materiais e tecnologias.
Os artistas contemporâneos, como em toda a história, mostram através de sua arte o pensamento de determinada época, a sociedade em que estão vivendo, as questões políticas, religiosas, econômicas e sociais que os envolvem. Distanciam-se do Modernismo e seus conceitos de negação ao que é antigo.
A Arte Contemporânea recebe inúmeras denominações, entre elas “Pós-Modernismo”.  Todavia, esse termo é evitado por muitos autores contemporâneos.  Segundo GARDNER (1996 p.87):

 Muitos artistas e críticos dirão que este é um rótulo impreciso para formas diversas de expressão artística, uma crua aproximação daquilo que realmente está acontecendo. Mas, uma vez que precisamos usar palavras e ainda não apareceu ninguém com uma palavra melhor, Pós-Modernismo [é usado] para denotar a arte que sucede o Modernismo e que geralmente o ataca.

Requisitando uma nova forma de representação dos problemas atuais, a Arte Contemporânea é norteada, principalmente, por questões que afetam a todos diretamente, seja na rua, nos conceitos, nas relações pessoais, na mídia e na própria arte. Traz à tona um momento de integração das linguagens artísticas, combinando instalações, performances, imagens, textos e tecnologias.
Essa integração, em uma só obra, é fruto das relações sociais que, cada vez mais interligadas pelo fenômeno da globalização, promovem uma expansão de conceitos determinantes em diferentes culturas. O que resulta numa miscelânea de gostos e costumes apreciados em grandes mostras internacionais de arte como as bienais de Veneza e a Documenta de Kassel, que se cristalizam como as mostras coletivas mais importantes do mundo.
As bienais propiciaram a inter-relação de mundos, divulgando a arte brasileira no exterior e trazendo a arte internacional ao Brasil. Como a Bienal de São Paulo idealizada por Francisco Matarazzo Sobrinho.Inspirada na Bienal de Veneza, a primeira Bienal de Artes Plásticas de São Paulo aconteceu em 1951. Desde então, as 24 Bienais realizadas até hoje reuniram obras de valor inestimável. A média de participação estrangeira em todas as Bienais é de 50 países com, aproximadamente, 12 mil obras, entre nacionais e internacionais.
Portanto, na tentativa de entender essa miscelânea artística, este estudo reúne um panorama sistemático da arte contemporânea mundial, brasileira e maranhense, abrangendo movimentos artísticos característicos das décadas de 50 até os dias atuais.


2   -   RECORTE HISTÓRICO DOS ESTILOS CONTEMPORÂNEOS


A modernidade caracterizou-se por produzir diferentes estilos concomitantes e variadas correntes, numa demonstração de diversidades de gostos e, já de certa forma, numa busca pela originalidade, estilo próprio e pelo uso da criatividade na estética. O “Pós-Modernismo” possui correntes artísticas que diferem entre si, mas que reagem à liberdade da técnica disseminada pela pintura de ação modernista.


2. 1 HARD EDGE

Aos poucos o Action Painting é abandonado. Inaugurando um período, surge o Hard Edge Painting (pintura com contorno marcado) em Nova York, adotando o rigor do controle da técnica em função da liberdade sugerida pelo Expressionismo Abstrato. “A pintura Hard Edge usa formas simples e contornos rígidos. Os quadros são precisos e frios, como se feitos à máquina” (STRIKLAND, 2002, p.170). Foi neste estilo de arte que os artistas passaram a usar telas em que seus formatos de triângulos, círculos e outras formas irregulares passaram a tornar-se parte da composição.


2. 2  ARTE POP

Os anos 50 e 60 dão continuidade à história da arte com a Arte Pop e o resgate do figurativismo. Ela tem como características a impactante captação de imagens de produtos da mídia e da industria, uma forma de crítica ou, por que não, exaltação à sociedade de consumo. Ela “elevou a ícones os mais crassos objetos de consumo, como hamburgueres, louça sanitária, cortadores de grama, estojos de batom, pilhas de espaguete e celebridades como Elvis Presley” (STRICKLAND, 2002, p. 174).
Os trabalhos confeccionados possuíam grandes dimensões e revelavam, de forma bem humorada, imagens de quadrinhos e de objetos do cotidiano, como fez Andy Warhol em suas obras retratando latas de sopa Campbell e a atriz Marilyn Monroe, caracterizando o consumo das massas.
Warhol foi um mestre em autopromoção e abusou da irreverência. Sua obra é realmente centrada em torno da mercantilização, e as grandes imagens de outdoors da garrafa de Coca-Cola ou da lata de sopa Campbell, que explicitamente enfatizam o fetichismo das mercadorias, remete Jameson (1997, p. 35).



2. 3 ARTE OP

O termo optical alude à capacidade de exploração do olho perante determinadas obras pictóricas ou escultóricas. A Arte Op surgida na década de 50, procurava acentuar certos efeitos ópticos de natureza instável através de movimentos aparentes, imagens ambíguas e ilusões espaciais. Produz um jogo de efeitos entre cores, tons ou formas o que causa a sensação de movimento. “O que é novo na Op Art é que ela estende a ilusão de óptica até a arte não figurativa e a faz funcionar de todas as formas concebíveis”, remete JANSON (1996 p. 393).


2. 4 MINIMALISMO

Momento em que a arte se mostra despretensiosa e básica, afastando-se de sua função ideológica de representação, de marcas pessoais ou mensagem. Os artistas procuravam imediatismo, criando obras que ganharam notoriedade por sua simplicidade de apresentação com formas mínimas que deram corpo ao movimento minimalista na década de 60. Sua produção artística constituía telas monocromáticas e esculturas formadas por objetos pré-fabricados, como caixas de metal e até mesmo tijolos. Nele os objetos assumem posições seqüenciais.
Na visão pessimista de GARDNER (1996, p. 97), esse tipo de arte viria a ser o prenúncio do “fim da História da Arte”, tudo já havia sido feito.


2. 5 ARTE CONCEITUAL

Movimento artístico que, em toda história da arte, aboliu a pintura em sua tipologia de composição, adotando o termo objeto como designação de alguns tipos de trabalho e considerando a idéia, o conceito, por trás da confecção de uma obra artística. Quem deu nome ao movimento foi o artista Sol Le Witt, para ele “a própria idéia, mesmo se não é tornada visual é uma obra de arte, tanto quanto qualquer produto” (STRICKLAND, 2002, P. 178). Com o artista moderno Marcel Duchamp podem ser percebidos os primeiros indícios da sobrevalorização do conceito. Na Arte Conceitual o artista utiliza a arte como veículo de comunicação, pois ela exige a participação mental do espectador.
A Arte Conceitual ainda possui como sub movimentos a Arte Processo que parte do preceito de concepção da obra como idéia; a Arte Ambiental que é exposta ao ar livre, aproveitando o ambiente externo, das ruas e a natureza; a Arte Performática que deriva dos Happennings (surgidos na década de 60 com as apresentações públicas de Alan Kaprow), sugerindo um tipo de arte onde o artista utiliza o corpo como uma expressão cênica e as instalações como formas de representação em montagens utilizando objetos retirados de seu contexto usual para outro, que ressurge com uma nova significação partindo de uma idéia do artista. As instalações proporcionam ao fruidor, a possibilidade de poder entrar na obra, fazer parte dela.

2. 6 ARTE POVERA

Nos anos 70 surgiu na Itália a arte Povera. Significando Arte Pobre, sofreu influência da arte Conceitual e promoveu uma reação ao Minimalismo.
O objetivo da Arte Povera era desafiar os padrões da arte vigente criando imagens coerentes, mas fora da relação convencional de objetos e substâncias, como um verdadeiro desafio à ordem estabelecida. Como muitos movimentos, absorvia temas de cunho político como a oposição mundial à guerra do Vietnã.
Um tipo de arte com a intenção de interagir com o público através de instalações, esculturas e montagens com fotos, pintura e outros materiais não convencionais como terra, madeira, pedaços de árvore, ferramentas agrícolas, terra, metal, feltro, espelhos e trapos.


2. 7 FOTORREALISMO

Proporcionando um revival do Realismo, o Fotorrealismo, também conhecido como Hiper-realismo, mostra uma forma de retratar a realidade em uma fidelidade fotográfica. Porém, o que difere este movimento da década de 60 dos estilos tradicionais, dentro da história da arte, é que além dos artistas utilizarem aparelhos tecnológicos como projeção de slides e o airbrush.
Resultam deste trabalho, pinturas que se confundem com fotografias e esculturas que se confundem com pessoas. A arte fotorrealista, além da realidade, também exprime em suas obras simbologias e expressividade, utilizando a técnica clássica de perspectiva e desenho e a preocupação minuciosa com detalhes, cores, formas e textura. Utiliza-se de cores luminosas e pequenas figuras incidentais, para pintar de maneira irônica e bonita o mundo ao nosso redor. O Hiper-Realismo abriu espaço para o estilo neofigurativo.


2. 8 NEOFIGURAÇÃO

Movimento dos anos 70 e 80 que se baseia em seus principais preceitos, como o figurativismo e a expressividade. Um retorno do figurativismo por uma perspectiva diferente. Na pintura do alemão Anselm Kiefer, por exemplo, paisagens e pessoas aparecem num mundo expressionista de angústia e solidão.


2. 9 NEO-EXPRESSIONISMO

Modalidade artística resgatada a partir da década de 80, ao voltar a registrar os sentimentos através da arte. Foi fortemente influenciado pelo Expressionismo, Simbolismo e Surrealismo. Trouxe de volta a pintura e a escultura, com suas representações críticas, emocionais e subjetivas, após algumas décadas. Formulando o devir da arte em sua história universal. Os artistas costumavam utilizar tintas misturadas a materiais como areia, palha e outros, colados à tela.
A arte dos anos 90 e da virada do século reafirma as tendências supracitadas enveredando-se ainda mais na política e causas sociais, ambientais e econômicos. Mostra ainda a proliferação da arte performática, das instalações e suportes associados a gêneros híbridos e materiais variados.


2.2  ARTE CONTEMPORÂNEA NO BRASIL

O Brasil acompanha os movimentos artísticos internacionais com uma menor distância de tempo. Tal qual no exterior, a Arte Contemporânea começa a mostrar-se a partir da década de 50. Na década de 60 surge o Tropicalismo e sua contestação à política vigente através da arte; a década de 70 caracteriza-se pelas noções de conceito e tecnologia a serviço da arte; já na geração 80 produz-se uma arte de caráter festivo e alegre.
Em 20 de outubro de 1951, um acontecimento deu abertura a uma grande movimentação no campo artístico brasileiro, a realização da primeira Bienal de São Paulo que contou com 1.854 obras representando 23 países. Uma proposta de Ciccillo Matarazzo para a realização de uma grande mostra internacional inspirada na Bienal de Veneza.
Seu êxito resultou em “50 anos de atividades, 25 edições com a participação de 148 países, 10.660 artistas e cerca de 56.932 obras, num espaço que permitiu a estimulante convivência das artes plásticas, das artes cênicas, das artes gráficas, do design, da música, do cinema, da arquitetura e de muitas outras formas de expressão artística” (ARTIGAS, 2001).


A década marca também o ressurgimento, do Abstracionismo: Geométrico e Informal. O primeiro propõe a ruptura com a arte figurativa, baseando-se no neoplasticismo de Piet Mondrian. É adotado em São Paulo pelo Grupo Ruptura, em 1952, e no Rio de Janeiro com o Grupo Frente, em 1954.
O segundo, não se organiza em torno de grupos e teorias. Na verdade, seu pressuposto básico é a liberdade individual de cada artista para a expressão de sua subjetividade. Não há categorias a priori a condicionar a experiência artística; a única regra a ser seguida é a da não-representação. Inspira-se nas idéias e experiências do pintor Wassily Kandinsky.
O Neo-concretismo foi o movimento das artes plásticas, genuinamente brasileiro, que começa em 1957, no Rio de Janeiro, alguns artistas aliam sensualidade ao Concretismo. Um expoente do movimento é o artista Hélio Oiticica.
Os anos 60 favoreceram o declínio da abstração e o surgimento de uma produção artística que capta o consumo e a comunicação de massa, sugeridos pela influência da Arte Pop americana, além de promover opinião política e a militância por conta da repressão, da censura e pela referência do Tropicalismo.
Esse momento marca uma era onde a arte brasileira acompanha paripasso a arte internacional, produzindo instalações e happennings. Fez surgir movimentos como o Movimento Phases ou Grupo Austral e o Grupo Rex.
Teve também grandes mostras como a Opinião 65; Nova Objetividade Brasileira; Jovem Arte Contemporânea – JAC e Domingos de Criação.
A arte da década de 70 afasta-se da política e dos problemas sociais. É caracterizada pela emblematização da reflexão, da razão, do conceito e tecnologia. A Exposição Internacional de Arte por Meios Eletrônicos / Arteônica dá abertura à arte tecnológica, realizada com ajuda de computador. A Fundação Nacional de Arte (FUNARTE) é criada nesse período dando grande incentivo à produção artística brasileira.
O momento de transição para a década de 80 foi marcado pela insígnia das diretas já, pela retomada da pintura e pelas mudanças no panorama artístico, marcado por grandes exposições como: Tradição e Ruptura, 1984; A Trama do Gosto, 1987 (organizadas pela Bienal de São Paulo); A Mão Afro-Brasileira, 1988 (organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo). Além da mostra Como Vai Você, Geração 80? Realizada em 1984 na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, um dos importantes centros de formação da nova geração no Rio de Janeiro.
A arte efêmera também é fruto desse momento utilizando os mais diversificados materiais para compor o objeto artístico. Para o poeta, ensaísta e crítico de arte, Ferreira Gullar (agosto,2002),
[...] A arte conceitual não propõe nada. Apenas adotou, como fundamento ideológico, o caráter efêmero que o consumismo impôs à sociedade atual [...] fazer da arte expressão do efêmero é chover no molhado. Efêmeros somos nós mesmos e quase tudo a nossa volta.

A arte contemporânea brasileira dos anos 90 desenvolve características da arte que está sendo feita em outros países, como, por exemplo, fazer o público participar, até mesmo interferir na obra de arte. Atitude apresentada nas diversas feiras internacionais de Artes Plásticas assim como nas diversas bienais.


2.3  ARTE CONTEMPORÂNEA NO MARANHÃO

A arte maranhense adentra na contemporaneidade com acontecimentos como as exposições esporádicas nas vitrines da Farmácia Jesus, onde era fabricado o Guaraná Jesus, cuja logomarca foi cria da por Ambrósio Amorim. Além das reuniões entre artistas e intelectuais na Movelaria Guanabara.
Entre os artistas desse período que trilharam seu caminho dentro da arte maranhense figuram: Ambrósio Amorim, Floriano Teixeira e Antônio Almeida, cujo estilo foge da composição tradicional dos demais.
 No final da década de 70 a arte maranhense ganha grande incentivo com a fundação do Centro de Artes e Comunicações Visuais do Estado – CENARTE, hoje, Centro de Criatividade Odylo Costa Filho. Promovia o contato entre artistas maranhenses e artistas de outros estados, oferecendo oficinas sobre técnicas e práticas em diversas modalidades das artes visuais.
Um exemplo do incentivo às artes plásticas vem da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, através do seu Departamento de Assuntos Culturais - DAC, ao realizar anualmente a mostra de Arte Efêmera, um evento aberto à comunidade, estudantes e artistas que procuram experimentações de arte ao apresentarem trabalhos de características conceituais através performances, instalações, vídeos, e outros trabalhos de natureza similar.
Entre os acontecimentos que nortearam o período destacam-se as fundações do Centro de Arte Japiaçú em 1972, do Museu Histórico e Artístico do Maranhão em 1973 e a criação da Associação dos Artistas Plásticos do Maranhão em 1976 pelos pintores Nagy Lajos, Ambrósio Amorim, José João Lobato e Jesus Santos.
Surgiram movimentos como o Antroponáutico de 1972 que, por sua vez, influenciou o Movimento Gororoba da década de 80, que teve como participantes representantes das diversas modalidades de arte como Valdelino Cécio, Sérgio Abib, Josias Sobrinho, César Teixeira, Paulo César e Ciro Falcão. Além do movimento Mirarte de 1982, fundado por Fernando Mendonça e Marçal Athaíde, que recebeu influência do artista Rubens Gerchman. Na mesma década alguns artistas iniciam estudos com o artista húngaro Nagy Lajos.
Os anos 90 foram marcados pela realização anual, de 1991 até 1996, da Coletiva de Maio no Salão de Maio do Convento das Mercês, sede da Fundação José Sarney, a qual promovia mostras que difundia a produção artística contemporânea local.
Outro evento que norteia a cultura local é o Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís criado em 1955 e hoje instaurado como lei municipal. Promovido pela Prefeitura Municipal de São Luís, através da Fundação Municipal de Cultura, realiza premiações nas áreas de artes visuais e literatura. Em 2004 comemora sua 27ª edição.
Aliados a esse fato ampliaram-se os espaços que divulgam e incentivam as manifestações artísticas maranhenses com exposições permanentes e temporárias como: o Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, o Convento das Mercês e o Palácio dos Leões. E espaços que exibem mostras temporárias como o Palacete Gentil Braga e a Galeria de Arte do SESC.


terça-feira, 27 de maio de 2014

Conhecendo Gustav Klimt

Nasceu em Baumgarten, em 14 de julho de 1862, e morreu em Viena, em 6 de fevereiro de 1918 (Áustria).

Depois de ter estudado na Escola de Artes Decorativas de Viena fundou, em 1883, com o irmão, um ateliê independente, que se especializou na execução de pinturas de murais.

Entre 1892 e 1903, foi presidente da Secessão de Viena e colaborou no jornal para o qual fez ilustrações alegóricas.

Sua pintura ornamental e linear, de assuntos muitas vezes simbólicos e femininos, tornou-se representativa do estilo "fim do século". O pintor criava suas obras embalado pelo som de Strauss e Beethoven.

Em 1902, executou frisa alegórica para a Casa de Secessão, que teve repercussão considerável entre os pintores jovens.

As pinturas monumentais (a Filosofia, a Medicina, a Jurisprudência), destinadas ao teto da Universidade de Viena, sofreram críticas violentas do público e da administração da universidade. Depois do insucesso, Klimt retirou-se da vida pública, dedicando-se à pintura de retratos.


Apfelbaum, 1912. Coleção Gustav Klimt.



As suas pinturas são muitas vezes grandes telas alegóricas ou retratos lineares que combinam cores ricas e variadas.

A estrutura cada vez mais ornamental do estilo, em que se elimina a terceira dimensão e a cor somente representa papel decorativo, conduziu-o naturalmente para as artes aplicadas, tornando-o colaborador dos Wiemar Werkstattlen (ateliês vienenses), fundados em 1902, sob a direção de Joseph Hoffman.

Por ter estilo demasiadamente pessoal, não teve discípulos diretos, mas foi muito estimado pelos admiradores desse tipo de arte. Descobriram em Klimt um simbolismo espiritual da própria arte.

Conheça algumas das principais obras de Gustav Klimt.

Esta obra foi vendida recentemente por US$ 135 milhões.


O beijo, 1907-1908. Óleo sobre tela, 180 cm x 180 cm. Galeria Osterreichische, Viena, Áustria.



Retrato de Adele Bloch Bauer, 1907. Óleo sobre tela, 138 cm x 138 cm. Coleção particular de Ronald S. Lauder.


A virgem (1913), 1907-1908. Óleo sobre tela, 168 cm x 200 cm. Galeria Narodoni, Praga, República Tcheca.





Atividade da Semana de Arte Moderna

Colégio Estadual Professora de Souza Oliveira - EFM

Professora: Elis Adriana Splendor

Aluno(a): _____________________________________________________ 1º ___ Nº: ____

Trabalho de Arte - Valor: 4,0.

Atividades:

1 - O que pretendiam os modernistas em suas obras de arte?
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2 - Onde foi realizada a Semana de Arte Moderna? Teve polêmica e discussão?
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3 - Escreva o nome de três pintores que participaram da Semana de Arte Moderna.
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4 - Escreva sobre Victor Brecheret.
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5 -Di Cavalcanti também esteve presente à Semana de Arte Moderna. Escreva sobre ele.
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6 - Os artistas da Semana de Arte Moderna chocaram e inovaram com suas obras. Tendo isso em mente, escolha um dos vários artistas que participaram a Semana e faça uma releitura de uma obra desse artista. Não esqueça de colorir o seu trabalho.






terça-feira, 20 de maio de 2014

Manifesto Futurista de Marinetti



Escrito por Filippo Tommaso Marinetti e publicado no jornal francês "Le Fígaro", em Fevereiro de 1909, o Manifesto Futurista inaugurou um dos mais importantes movimentos artísticos do século XX. Tendo por base os desenvolvimentos tecnológicos de finais do século XIX, a pintura futurista apostava muitas vezes na sobreposição de imagens, imprimindo dinamismo à cena representada. As figuras ameaçavam escapar do seu contorno, exaltava-se a velocidade e a força numa tentativa de representar o movimento e, com isso, inaugurava-se uma nova crença estética no seio das artes. 
A primeira grande exposição de pintura futurista teve lugar em Milão, a 30 de Abril de 1911. Daí a três anos, uma grande parcela dos artistas que aderiram ao movimento tornaram-se críticos uns dos outros e alvos da pressão exercida pelo próprio Marinetti. Com a entrada de Itália na I Guerra Mundial, quando declarou guerra à Áustria em Maio de 1915, a maior parte das atividades artísticas sofreu um interregno. Após a Guerra, quando o grupo futurista se reuniu à volta de Marinetti, o movimento e as ideias já não refletiam a forma de pensar de outrora e o novo futurismo acabaria por ficar ligado ao Fascismo. Contudo, as ideias inovadoras de um BoccioniGiacomo Balla ou Duchamp (sim, esse mesmo, com o "Nu Descendo a Escada"...) seriam aproveitadas para desenvolver alguns dos movimentos artísticos que foram surgindo ao longo do passado século. Ficam as obras e o Manifesto...


"Dinamismo di un cane al quinzaglio" (1912). Giacomo Balla.


Manifesto Futurista


"Então, com o vulto coberto pela boa lama das fábricas - empaste de escórias metálicas, de suores inúteis, de fuligens celestes -, contundidos e enfaixados os braços, mas impávidos, ditamos nossas primeiras vontades a todos os homens vivos da terra:
1. Queremos cantar o amor do perigo, o hábito da energia e da temeridade.

2. A coragem, a audácia e a rebelião serão elementos essenciais da nossa poesia.

3. Até hoje a literatura tem exaltado a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono. Queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, a velocidade, o salto mortal, a bofetada e o murro.

4. Afirmamos que a magnificência do mundo se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um carro de corrida adornado de grossos tubos semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo que a Vitória de Samotrácia.

5. Queremos celebrar o homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada a toda velocidade no circuito de sua própria órbita.

6. O poeta deve prodigalizar-se com ardor, fausto e munificência, a fim de aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

7. Já não há beleza senão na luta. Nenhuma obra que não tenha um carácter agressivo pode ser uma obra-prima. A poesia deve ser concebida como um violento assalto contra as forças ignotas para obrigá-las a prostrar-se ante o homem.

8. Estamos no promontório extremo dos séculos!... Por que haveremos de olhar para trás, se queremos arrombar as misteriosas portas do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Vivemos já o absoluto, pois criamos a eterna velocidade omnipresente.

9. Queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo da mulher.

10. Queremos destruir os museus, as bibliotecas, as academias de todo o tipo, e combater o moralismo, o feminismo e toda vileza oportunista e utilitária.

11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, pelo prazer ou pela sublevação; cantaremos a maré multicor e polifônica das revoluções nas capitais modernas; cantaremos o vibrante fervor noturno dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas: as estações insaciáveis, devoradoras de serpentes fumegantes: as fábricas suspensas das nuvens pelos contorcidos fios de suas fumaças; as pontes semelhantes a ginastas gigantes que transpõem as fumaças, cintilantes ao sol com um fulgor de facas; os navios a vapor aventurosos que farejam o horizonte, as locomotivas de amplo peito que se empertigam sobre os trilhos como enormes cavalos de aço refreados por tubos e o voo deslizante dos aviões, cujas hélices se agitam ao vento como bandeiras e parecem aplaudir como uma multidão entusiasta.


É da Itália que lançamos ao mundo este manifesto de violência arrebatadora e incendiária com o qual fundamos o nosso Futurismo, porque queremos libertar este país de sua fétida gangrena de professores, arqueólogos, cicerones e antiquários.


Há muito tempo que a Itália vem sendo um mercado de belchiores. Queremos libertá-la dos incontáveis museus que a cobrem de cemitérios inumeráveis.
Museus: cemitérios!... Idênticos, realmente, pela sinistra promiscuidade de tantos corpos que não se conhecem. Museus: dormitórios públicos onde se repousa sempre ao lado de seres odiados ou desconhecidos! Museus: absurdos dos matadouros dos pintores e escultores que se trucidam ferozmente a golpes de cores e linhas ao longo de suas paredes!
Que os visitemos em peregrinação uma vez por ano, como se visita o cemitério dos mortos, tudo bem. Que uma vez por ano se desponte uma coroa de flores diante da Gioconda, vá lá. Mas não admitimos passear diariamente pelos museus, nossas tristezas, nossa frágil coragem, nossa mórbida inquietude. Por que devemos nos envenenar? Por que devemos apodrecer?
E que se pode ver num velho quadro, senão a fatigante contorção do artista que se empenhou em infringir as insuperáveis barreiras erguidas contra o desejo de exprimir inteiramente o seu sonho?... Admirar um quadro antigo equivalente a verter a nossa sensibilidade numa urna funerária, em vez de projetá-la para longe, em violentos arremessos de criação e de ação.
Quereis, pois, desperdiçar todas as vossas melhores forças nessa eterna e inútil admiração do passado, da qual saís fatalmente exaustos, diminuídos e espezinhados?
Em verdade eu vos digo que a frequentação quotidiana dos museus, das bibliotecas e das academias (cemitérios de esforços vãos, calvários de sonhos crucificados, registros de lances truncados!...) é, para os artistas, tão ruinosa quanto a tutela prolongada dos pais para certos jovens embriagados, vá lá: o admirável passado é talvez um bálsamo para tantos os seus males, já que para eles o futuro está barrado... Mas nós não queremos saber dele, do passado, nós, jovens e fortes futuristas!
Bem-vindos, pois, os alegres incendiários com os seus dedos carbonizados! Ei-los!... Aqui!... Ponham fogo nas estantes das bibliotecas!... Desviem o curso dos canais para inundar os museus!... Oh, a alegria de ver flutuar à deriva, rasgadas e descoradas sobre as águas, as velhas telas gloriosas!... Empunhem as picaretas, os machados, os martelos e destruam sem piedade as cidades veneradas!
Os mais velhos dentre nós têm 30 anos: resta-nos assim, pelo menos um decênio mais jovens e válidos que nós deitarão no cesto de papéis, como manuscritos inúteis. - Pois é isso que queremos!
Nossos sucessores virão de longe contra nós, de toda parte, dançando à cadência alada dos seus primeiros cantos, estendendo os dedos aduncos de predadores e farejando caninamente, às portas das academias, o bom cheiro das nossas mentes em putrefacção, já prometidas às catacumbas das bibliotecas.
Mas nós não estaremos lá... Por fim eles nos encontrarão - uma noite de inverno - em campo aberto, sob um triste telheiro tamborilado por monótona chuva, e nos verão agachados junto aos nossos aviões trepidantes, aquecendo as mãos ao fogo mesquinho proporcionado pelos nossos livros de hoje, flamejando sob o voo das nossas imagens.
Eles se amotinarão à nossa volta, ofegantes de angústia e despeito, e todos, exasperados pela nossa soberba, inestancável audácia, se precipitarão para matar-nos, impelidos por um ódio tanto mais mais implacável quanto os seus corações estiverem ébrios de amor e admiração por nós.
A forte e sã injustiça explodirá radiosa em seus olhos - A arte, de fato, não pode ser senão violência, crueldade e injustiça.
Os mais velhos dentre nós têm 30 anos: no entanto, temos já esbanjado tesouros, mil tesouros de força, de amor, de audácia, de astúcia e de vontade rude, precipitadamente, delirantemente, sem calcular, sem jamais hesitar, sem jamais repousar, até perder o fôlego... Olhai para nós! Ainda não estamos exaustos! Os nossos corações não sentem nenhuma fadiga, porque estão nutridos de fogo, de ódio e de velocidade!... Estais admirados? É lógico, pois não vos recordais sequer de ter vivido! Eretos sobre o pináculo do mundo, mais uma vez lançamos o nosso desafio às estrelas!
Vós nos opondes objeções?... Basta! Basta! Já as conhecemos... Já entendemos!... Nossa bela e hipócrita inteligência nos afirma que somos o resultado e o prolongamento dos nossos ancestrais. - Talvez!... Seja!... Mas que importa? Não queremos entender!... Ai de quem nos repetir essas palavras infames!...
Cabeça erguida!...
Eretos sobre o pináculo do mundo, mais uma vez lançamos o nosso desafio às estrelas."

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Origami - a arte de dobrar papel



Origami é a arte milenar de dobrar papel.


Regras:

O origami se expressa através da simbologia dos desenhos, que é igual em todo o mundo.

Obedeça a estas regras para suas dobraduras:

1) Você deve ter paciência e agir com calma. Aos poucos, estará familiarizado com os símbolos e desenhos.

2) Dobre sempre os modelos sobre uma base lisa e plana, obedecendo às ordens de comando.

3) Marque bem as dobras com o dorso da unha. Mantenha as mãos limpas.

4) Se você errar, não desanime. Pegue um novo pedaço de papel e, se for o caso, comece tudo de novo.

5) Lembre-se de que, feita a dobradura, se estiver errada, não tem como voltar atrás, porque ela machucará o papel e estragará seu trabalho.

6) O tipo de papel deve ser adaptar bem ao trabalho que você for realizar. Observe bem a cor e o modelo do que você vai fazer.