sexta-feira, 12 de setembro de 2014

História da Arte - a luz na obra de arte - Impressionismo

Edouard Manet. Almoço na relva, 1863. Óleo sobre tela. Museu D'Orsay, Paris, França.

O ano de 1863 foi uma data muito importante para a Idade Moderna: em um salão, na galeria de arte de Paris, foi exposta a coleções de Edouard Manet.

Nascia o Impressionismo.

O Impressionismo é, antes de tudo, uma técnica. Adota-se o uso de cores puras e solares, tonalidades de rosa e azul, de verde brilhante, e emprega-se pouco o preto, que obscurece e empoeira as obras do passado.

Além de uma técnica, uma concepção diferente da pintura: é a pintura em plein-ar, ao ar livre, fora dos ateliês, à luz do Sol, onde o contorno não tão preciso dava à tela uma intensidade toda especial.

Os impressionistas não se preocuparam apenas com o jogo delicado das cores, resultante da observação. Sua descoberta consistiu, principalmente, em reconhecer que as cores mudam de tom sob a luz do Sol: que esta tende pela própria intensidade em fundi-las em luminosidade, como se fundem num único estado incolor (a luz), os sete raios prismáticos do espectro.

Trabalharam, gradualmente, decomposição da luz solar em seus elementos e recomposição da mesma, usando a harmonia geral dos tons irisados que espalharam sobre as telas. No que se refere à delicadeza da visão, foram sutis na interpretação dos tons, obtendo resultados extraordinários.

Paris foi o ponto de encontro de jovens pintores como: Edouard Manet, Edgar Degas, Pierre-Auguste Renoir, Claude Oscar Monet, Camille Pissaro.

Vamos conhecer algumas obras de Pierre-Auguste Renoir. A obra Menina com as espigas aparece com a luz natural que ilumina a paisagem ao fundo, característica que aproxima ainda mais as correntes impressionistas. Os tons de amarelo, verde e alaranjado dominam o quadro, carregando seu conjunto de harmonia, alegria e felicidade, aplicadas de maneira rápida e com pinceladas carregadas, provavelmente com curtos toques, particularidade que define o artista.

Renoir, Menina com as espigas - menina com flores, 1888. Óleo sobre tela, 65 cm x 54 cm. Masp, São Paulo.

Renoir, Rosa e azul, 1881. Óleo sobre tela, 119 cm x 74 cm. Masp, São Paulo.

Renoir, Dançando em Bougival, 1883. Óleo sobre tela, 182 cm x 98 cm. Museum of Fine Arts, Boston.

Renoir, O passeio, 1870. British Rail Pension, Londres, Inglaterra.

Renoir, No jardim de Luxemburgo, 1887. Óleo sobre tela, 64 cm x 53 cm. Coleção particular.

Claude Oscar Monet, outro pintor impressionista, foi marcante nessa fase. Vamos conhecer algumas de suas obras.

Claude Monet, O lago das Ninfetas, 1903. Óleo sobre tela, 74 cm x 106,5 cm. Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA.

Claude Monet, A mulher com sombrinhas. O passeio, 1875. Óleo sobre tela, 100 cm x 81 cm. National Gallery of Art, Washington, EUA.

Claude Monet, Ninfeias, 1916. Óleo sobre tela, 200 cm x 200 cm. The  National Museum of Western Art, Tóquio, Japão.

O quadro Ninfeias, também chamado Nenúfares, ficou famoso ao se tornar protagonista dos últimos quadros de Monet. O pintor construiu um exuberante jardim em sua casa e começou a cultivar essas exóticas ninfeias importadas do Japão. Monet no quadro observa a dança das ninfeias na água e, ao reflexo dos salgueiros, usou pinceladas cada vez mais fluidas, que se reduziram a manchas de tons escuros que se alegram no colorido das ninfeias, Esta é a tela mais problemática do impressionismo.

 Camille Pissaro, L'Ermitage à Pontoise, 1867. Musée d'Orsay, Paris.

Camille Pissaro, Moisson, 1876. Óleo sobre tela, 65 cm x 92 cm. Musée d"Orsay, Paris.

A arte impressionista foi a primeira e mais violenta revolução no campo artístico, contra as regras dos pintores tradicionais aprovadas desde séculos.

Eles invadiram o bairro de Montmartre, em Paris, às margens do rio Sena em Argenteuil e Asnière. Observavam encantados o alvorecer e o pôr do sol, os campos, os rios, as florestas e pintavam tudo o que viam ao seu redor: cenas de rua, trabalhadores, camponeses, jogadores, mulheres nuas, vestidas, estradas, muros, pinheiros, o açoite do vento nas árvores, árvores desfolhadas pela neve, obviamente tudo o que eles achavam "belo". Observavam os matizes da natureza e passavam tudo para a tela, desde o alvorecer, até o pôr do sol. E um mesmo motivo era representado em diferentes momentos pelo mesmo pintor ou por diferentes pintores. Descobriram que o azul e o vermelho, justapostos, produziram efeito de um roxo mais brilhante diante dos olhos do que qualquer tinta roxa, fabricada na palheta...

Era importante transportar para as telas, sempre as mutações da luz e o aspecto visível do mundo, com suas notas brilhantes. Eram pinceladas audazes, fortes, revolucionárias,

Os artistas abandonaram a pintura acadêmica e, em vez de cores puras, adotaram o contraste das cores complementares.

Os quadros dos impressionistas nos revelam os traços de uma sociedade burguesa e relativamente satisfeita com a vida cotidiana. O impressionismo foi ganhando espaço e se espalhou por vários países do mundo.

Impressionismo no Brasil


Eliseu Visconti. Ninando no jardim, 1916. Óleo sobre tela, 65 cm x 81 cm. Museu Castro Maia, Rio de Janeiro.

Nos primeiros anos do século XXI, alguns pintores brasileiros, com Visconti à frente, criaram obras segundo a estética impressionista, ou neoimpressionista. A introdução desses estilos entre nós fez-se portanto tardiamente, num momento em que na França já as primeiras pinturas fauvistas e cubistas faziam sua aparição. Mesmo assim, representou um avanço considerável sobre o rançoso academicismo que então se praticava no país, sendo oportuno reproduzir as palavras que, no romance Mocidade morta, de 1899, Gonzaga Duque põe na boca de uma de suas personagens:

- Enquanto, na Europa, se serve de uma técnica vigorosa, possui todos os segredos da refração da luz, do prisma solar; todos os recursos da química, que lhe dão a transparência das tintas, a segurança dos valores, a límpida simplicidade dos tons, aqui continuamos nos arcaícos processos da pintura friccionada, e raquítica, sem nervos, sem sangue, sem alma!

Eliseu Visconti. Moça no trigal, 1913-16. Óleo sobre tela, 65 cm x 80 cm. Coleção particular.

Quando se leva em conta, porém, que fora da França o impressionismo só obteria uma qualidade parecida, pode-se dizer que foi grande a contribuição de Visconti, Rafael Frederico, Lucílio de Albuquerque, Carlos Oswald e alguns mais. Mais ou menos da idade de Visconti eram muitos os precursores não franceses do Impressionismo em seus respectivos países, como o italiano Plínio Nomellini ( 1863-1943) e o alemão Max Liebermann (1867-1935).

Por volta de 1914, no Brasil e em toda a América Latina, muitos eram os pintores que praticavam algum tipo de Impressionismo, embora poucos tivessem, do estilo, noção adequada. Por outro lado, ainda havia quem, naquele momento, encarasse como extremamente ousada a solução pontilhista utilizada por Visconti nas decorações do foyer do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, iniciadas em 1913.

Atividades:

1 - Descreva a técnica usada pelos pintores impressionistas.
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2 - Além do jogo delicado das cores, com o que mais os impressionistas se preocupavam?
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3 - Após ler a descrição da obra Menina com as espigas, de Renoir, escreva quais foram os tons empregados nesse quadro?
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4 - Claude Monet usou na obra Ninfeias, plantas exóticas importadas do Japão. O que ele observou colocando-as no jardim de sua casa?
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5 - O impressionismo invadiu o bairro de Montmartre, em Paris. Lá os pintores ficavam extasiados. O que eles observavam?
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6 - Observando a obra de Claude Monet Impressões do Sol nascente, que tons aparecem na tela que lhe chamam a atenção? Observando a obra você tem realmente a impressão que o Sol está nascendo?

Claude Monet, Impressões do Sol nascente, 1873. Quadro de que deu início ao Movimento Impressionista. Museu Marmottan, Paris, França.

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7 - O impressionismo chegou ao Brasil nos primeiros anos do século XX. Ele foi aceito na concepção pura da arte ou foi mesclado com as tendências locais?
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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Arte e patrimônio histórico

Toda vez que trabalhamos na Educação a questão do patrimônio histórico devemos ter em mente os seguintes objetivos:
  • Desenvolver atitudes de preservação e animação do patrimônio. 
  • Conhecer o patrimônio da zona em que a escola está inserida. 
  • Incentivar o gosto pela descoberta. 
  • Compreender a história nacional a partir da história local. 
Entrar num museu onde aparece na grande coleção de obras de arte ou objetos é sempre muito gratificante, fazemos uma viagem no tempo e nos reportamos a um passado distante, longe de nós, quase como se não nos pertencesse e do qual não fazemos parte. Vamos do imaginário ao imaginário coletivo.

A  relação que o visitante estabelece com as coleções do museu terá de ser de fruição, sob pena de elas não serem armazenadas no arquivo da memória, de não serem imagens que façam parte do passa do desse indivíduo que um dia escolheu uma tarde ou uma manhã para visitar o museu.

A relação museu-escola deve começar na infância. A educação pela arte deve fazer parte da formação integral de um aluno: ela desenvolve a sua sensibilidade e desperta-o para tudo o que o rodeia, diversificando a sua cultura e aguçando a sua capacidade criativa. 

Jardim do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, 2012.

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), no Parque do Flamengo, RJ.

Em uma primeira fase da educação pela arte podem-se incluir: as visitas guiadas, os ateliês de expressão plástica, dramática e musical, o teatro de fantoches, as exposições subordinadas a temas e comemorações de datas e a leitura animada.

Os espetáculos musicais, teatrais e de bailado em espaços do museu, as animações teatrais em que a história do edifício e o seu espaço se interligam, os espetáculos nas escolas, juntas de freguesia e outras instituições que, em datas precisas, solicitam a nossa presença, são sempre muito úteis e interessantes.

O entendimento que fazemos do ato ensino/aprendizagem num museu é pouco escolarizável.

Acreditamos que se pode ensinar qualquer conteúdo a partir de uma obra de arte, de uma peça do patrimônio cultural ou natural, ou ainda de uma poesia.

O estímulo artístico é indispensável na formação de uma criança e de um adolescente e melhora consideravelmente a sua aprendizagem, além de abrir caminhos à sua imaginação e criatividade, Estas crianças serão os profissionais de amanhã. A arquitetura, a escola, os serviços não melhorarão com adultos mais sensíveis e mais atentos ao equilíbrio ecológico e aos valores patrimoniais?

Muitas exposições que organizamos precisam do "espólio", tantas vezes escondido, na casa das pessoas. Uma jarra, um candeeiro podem despertar numa pessoa determinadas lembranças e laços afetivos. Uma exposição representa uma época, uma cultura, uma moda e um estilo, Um monumento, uma estátua em uma praça ou jardim, um viaduto, um parque, etc. são também considerados monumentos do patrimônio. No Brasil temos cidades que fazem parte do patrimônio histórico, entre elas estão Salvador, na Bahia, e Ouro Preto, em Minas Gerais.

O meio patrimonial

A escola deve procurar estabelecer relações constantes com o meio, pois a formação integral do aluno não passa la simples instrução dos conteúdos acadêmicos, mas sim pela educação interdisciplinar, na qual desempenham um papel preponderante os valores essenciais a um crescimento harmonioso e talvez a hipótese de salvação do planeta e das pessoas que nele vivem. Esses valores resumem-se, quanto a nós, a cinco pontos fundamentais:


  1. Solidariedade, respeito e tolerância ao próximo.
  2. Conhecimento dos modos de vida, pensamento e história da região em que a escola está inserida.
  3. Desenvolvimento e apuramento crítico do gosto, tendo em conta as múltiplas opções estéticas que a sociedade oferece.
  4. Preservação, proteção da natureza e das espécies em extinção.
  5. Preservação. proteção e animação do patrimônio material e imaterial.
Pelourinho, Bahia, 2011.

Catedral Metropolitana de Brasília, 2012.

A observação do real, detalhada e meticulosa, é fundamental para se estudar o patrimônio histórico.

Aqui, o trabalho de campo é necessário e urgente. Os jovens não podem discutir certos temas se deles tiverem uma imagem distorcida, distante e puramente mediática, já que, nos tempos que correm, nem uma imagem livresca é vulgar.

A pesquisa e a observação são pertinentes em todo o contato com as populações, na tentativa de compreender e procurar soluções para os seus problemas.

Respeitar e valorizar o nosso patrimônio é nosso dever como cidadãos. Por menor que seja o nosso município, sempre vamos encontrar um lugar que seja significativo para as pessoas e para o local como registro histórico.

Congresso Nacional, Brasília, 2012.

Casario do centro histórico de São Luís, Maranhão, 2011.





segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Conhecendo Candido Portinari

"Sabem por que eu pinto tanto menino em gangorra e balanço? Para botá-los no ar, feito anjos."
Candido Portinari

Candido Portinari nasceu em 30 de dezembro de 1903, na cidade de Brodowski, interior de São Paulo, em uma fazenda de café, onde seus pais eram imigrantes. Frequentou a escola primária, mas sempre manifestou uma grande vocação para as artes, era sempre o escolhido para fazer os cartazes e as ilustrações de trabalhos dos colegas.

Com 9 anos trabalhou como ajudante na pintura da decoração de uma igreja em Brodowski. Ele pintou várias estrelas no céu da igreja.

Quando tinha 15 anos foi para a Escola nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, em busca de um aprendizado de maior qualidade. E com 25 anos recebeu como prêmio uma viagem ao exterior, mais precisamente para Paris. Longe de casa, Candinho como era chamado pelos amigos, sentia muitas saudades do seu país natal e de sua família e então em 1931 decidiu voltar ao Brasil, trazendo uma grande bagagem de aprendizado.  Nesse retorno passa a retratar em suas telas o povo brasileiro, misturando em sua técnica o que aprendeu em Paris com sua personalidade e estilo.

Café, 1925. Óleo sobre tela, 130 cm x 195 cm. Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Em 1935 com a tela Café que retrata uma cena da tradicional colheita do café brasileiro, típica da região onde morava, ganha uma Menção Honrosa na Exposição Internacional do Instituto Carnegie de Pittsburgh, nos Estados unidos da América.

Os pés e as mãos grandes representam a força do trabalhador, na obra Café.

Candido Portinari pintou alguns murais e afrescos, entre os anos de 1936 e 1944. Esse tipo de trabalho passou a representar um marco na carreira artística de Portinari, pois a temática social que ele usava começou a ser o grande tema de suas obras daí em diante.

Como todo artista, andava na companhia de poetas e escritores e tinha grande participação na cultura do nosso país.

 Candido Portinari sempre esteve preocupado com a nossa cultura e isso ficou muito bem registrado em seus trabalhos. Podemos ver uma de suas grandes marcas na série "Os retirantes".

Série "Os retirantes". Criança morta, 1944. Óleo sobre tela, 179 cm x 190 cm. Masp, São Paulo.

Série "Os retirantes". Retirantes, 1944. Óleo sobre tela, 192 cm x 181 cm. Masp, São Paulo.

Série "Os retirantes". Enterro na rede, 1944. Óleo sobre tela, 180 cm x 220 cm. Masp, São Paulo.

Ressurreição de Lázaro, 1943. Painel a têmpera/tela, 150 cm x 300 cm. Masp, São Paulo.

Buscou muitas e novas maneiras de pintar temas diferentes que mostrassem, além da dura realidade, os sonhos e as brincadeiras de crianças.

Em 1941, ele pintou quatro grandes murais na Fundação Hispânica da Biblioteca do Congresso em Washington, onde o tema se referia à história latino-americana.

Inspirado na obra Guernica feita por Picasso, em 1943, pintou a série Bíblica com oito painéis, influenciado pelo momento da Segunda Guerra Mundial.

Em 1944, o arquiteto Oscar Niemeyer, convidou Candido Portinari a participar da decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Pintou também a série Meninos de Brodowski; foi candidato a deputado e a senador e, em 1946 foi a Paris realizar na Galeria Charpentier uma exposição sua, e foi homenageado pelo governo francês.

Meninos na Gangorra, 1960. Óleo sobre tela, 81 cm x 64 cm. Coleção particular, Rio de Janeiro.

Meninos brincando, tela pintada em 1955. Óleo sobre tela, 60 cm x 72,5 cm. Coleção particular, Rio de Janeiro.

Menino com pião, 1947. Óleo sobre tela, 65 cm x 54 cm. Museu Castro Maya, Rio de Janeiro.

Meninos empinando pipas, 1947. Óleo sobre tela, 64 cm x 70 cm. Coleção particular, São Paulo.

Em 1948, por motivos políticos, ficou um período no Uruguai onde pintou o painel Primeira Missa no Brasil, encomendado por um banco do Rio de Janeiro.

Candido Portinari ficou muito conhecido como muralista, e pelas obras de grande porte e teor político que fez, e que foi o único artista brasileiro a participar da exposição "50 Anos de Arte Moderna" em Bruxelas.

Durante sua trajetória fez muitas exposições internacionais e, no Brasil, teve uma grande carreira artística, sendo um dos grandes nomes da Arte Brasileira aqui e fora do país.

Portinari faleceu aos 59 anos, muito jovem para um grande artista, por intoxicação das tintas que utilizava.

Primeira Missa no Brasil, 1948. Têmpera sobre tela. Banco Boa Vista, Rio de Janeiro.


Conhecendo Aldemir Martins



Aldemir Martins caracterizou-se pela temática nordestina de suas obras. Acervo particular.

Aldemir Martins nasceu em Ingazeiras (Ceará), em 1922, e faleceu em São Paulo, em 2006.

Transferindo-se na adolescência para Fortaleza, ali deu começo, em princípios da década de 1940,à sua carreira artística, participando do movimento de renovação cultural desencadeado pela Sociedade Cearense de Artes Plásticas, que ajudou a fundar. Mudando-se em 1945 para o Rio de Janeiro, pouco se demorou nessa cidade, pois, em 1946, já se achava radicado em São Paulo, onde desde então transcorreu toda a sua carreira. Foi em São Paulo, em 1947, que obteve seu primeiro prêmio de significação: o terceiro lugar na mostra 19 Pintores, realizada na União Cultural Brasil-Estados Unidos e julgada por Segall, Malfatti e Di Cavalcanti (Grupo dos 19).

Oriundo de uma das regiões mais dramaticamente carentes do país, era compreensível que Aldemir evocasse, nos primeiros testemunhos de sua produção pictórica, temas e motivos pungentes, reveladores das condições subumanas em que viviam - e ainda vivem - tantos nordestinos. E embora muito jovem e inexperiente, sem dispor sequer dos recursos técnicos de que mais tarde se apossaria, é de se realçar a força dramática dos seus quadros da época, nos quais a miséria, a seca, a fome e a doença desempenham o papel principal; força dramática, de resto, que, a partir da década de 1950, cederia, gradativamente, vez a uma crescente estilização e a uma acentuada pesquisa formal, que os tornariam mais bem realizados, sem dúvida, mas menos expressivos.

Com o passar dos anos, Aldemir foi-se definindo cada vez mais como artista gráfico, em detrimento da pintura. E foi como gravador e desenhista que se impôs no panorama de nossas artes plásticas, ganhando prêmios de importância, como na Bienal de São Paulo, em 1955 (Melhor Desenhista), na Bienal de Veneza, em 1956 (Desenho) e, ainda ao estrangeiro do Salão Nacional de Arte Moderna de 1959, graças a ele passou dois anos na Itália.

A temática sofrida dos seus primeiros tempos em Fortaleza e São Paulo foi pouco a pouco substituída por assuntos menos agressivos, de bichos (em especial gatos), aves (sobretudo galos), flores, frutos, cangaceiros e mulheres rendeiras, tratados não mais expressionisticamente, mas de modo mais adocicado. E foram esses assuntos, divulgados por todo o país até como padrões decorativos de louças e tecidos, que terminaram por transformar Aldemir num dos artistas plásticos mais populares do Brasil.

Nos últimos tempos, Aldemir praticou com assiduidade crescente a pintura, sem, contudo, abandonar o desenho, em que melhor se realizou.

A temática de sua pintura é a mesma dos desenhos e das gravuras, apenas acrescida de certas paisagens marinhas nos últimos anos em longas temporadas passadas no Ceará. Mas era natural que um artista todo voltado para a linearidade não encontrasse na pintura seu meio expressivo favorito, e assim, o que realiza nesse gênero pouco acrescenta ao que logrou externar enquanto gravador, e principalmente enquanto desenhista.

Os trabalhos de Aldemir são inconfundíveis por seus traços fortes e cores vibrantes. É um artista que retrata o Brasil, sua natureza e seu povo.

Aldemir trabalhou por toda sua vida, sendo conhecido mundialmente, levando a arte brasileira a outros países. Faleceu em 5 de fevereiro de 2006, aos 83 anos, no Hospital São Luís, em São Paulo.

Todas as obras citadas encontram-se na Casa das Artes Galeria. Rua Bahia, 871 Higienópolis, São Paulo.

 Aldemir Martins. Gato marrom. Técnica mista, 50 cm x 70 cm.

 Aldemir Martins. Gato azul, 2003. Acrílico sobre tela, 54 cm x 73 cm.

Aldemir Martins. Gato rajado. Acrílico sobre tela, 97 cm x 130 cm.

Aldemir Martins. Marinha. Técnica mista, 38 cm x 45 cm.

Aldemir Martins. Cangaceiro. 70 cm x 50 cm.


sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O artesanato no Brasil






Artesanato é o processo produtivo medieval que foi substituído, com a Revolução Industrial, pela produção mecanizada em massa, a qual, entretanto, não lhe tira o valor artístico.

O trabalho manual no qual o artesão usa suas próprias mãos e ferramentas, auxiliado, às vezes, por outras pessoas (aprendizes), é uma obra artística.

Os tempos evoluíram, mas até hoje muitas pessoas se dedicam ao artesanato, ou seja, ao fabrico domiciliar, sendo raro o uso de máquinas para montar os produtos.

Atualmente, a máquina, a produção em série, tem transformado o sistema artesanal em semi-industrial. Contudo, os artesãos são o exemplo de uma arte popular, na maioria das vezes são anônimos e expressam a arte com materiais diversos. Assim, uma família inteira pode usufruir do artesanato como forma de sustento. Podemos trabalhar o artesanato com barro, gesso, madeira, fibras, plásticos. Alguns artesãos no Brasil se especializaram em fazer santos, são os chamados santeiros. Entre eles podemos citar o mestre Dezinho de Valença, no Rio de Janeiro. A presença do negro estimulou a criação de imagens de deuses africanos. Um dos nomes de destaque no artesanato brasileiro é o mestre Vitalino, cujo nome completo é Vitalino Pereira dos Santos.

Hoje em dia, o artesanato brasileiro é também muito valorizado no exterior, muitas pessoas produzem obras para serem exportadas e os consumidores dão muito valor a esses trabalhos.

Podemos fazer artesanato com muitos materiais diferentes, como tecido, madeira, barro, massa plástica, linhas e lãs, enfim, cada um acha um jeito diferente para criar suas obras, cada região do país procura se adaptar à matéria-prima que tem mais facilidade de uso e de custo.





Bonecos de mamulengo do Nordeste brasileiro. 







Artesanato feito no Recife.





Cerâmica marajoara, Norte do Brasil.

Artesanato brasileiro - fazendo arte com papel

A técnica do papel picado é simples e o papel pode até ser substituído por tecido. Faça um desenho como base para a colagem. Recorte o papel, separando as cores que você pretende usar. Elas devem formar uma harmonia, proporcionando um resultado final atraente e esteticamente agradável.

Esta técnica é uma forma de artesanato e pode ser aplicada em diversos materiais, como papel, madeira, gesso, papelão, entre outros. Se você quiser, pode tentar fazer uma peça de madeira, como um porta-retratos, para seu quarto. Você pode escolher cores que combinem com seu ambiente.

Existem muitos artistas que usam o mosaico de papel picado como forma de expressão plástica. Veja alguns exemplos:

ATIVIDADE Faça um desenho e cubra toda a superfície com papel picado, diluindo a cola branca em um pouco de água. Complete o se desenho com as cores escolhidas .Depois de pronto, passe uma camada de cola branca como se fosse um verniz. Você pode fazer uma paisagem, um vaso, um peixe, enfim, use sua imaginação. No final, seu trabalho poderá ser socializado e se transformar em uma obra única.

MATERIAL Papéis diversos, revistas, tesoura sem ponta, cola branca, água e pincel.