As descobertas fotográficas foram um passo decisivo para a cinematografia.
Em 1870, o fotógrafo inglês Edward James Mybridge construiu o zoopraxinoscópio, um aparelho que projetava sucessivas imagens de animais. Em 1888, surgiu com Reynaud o praxinoscópio, projetor dos primeiros desenhos animados.
Em 1891, Demeny lançou o fotofone e, nesse mesmo ano, Edison construiu e patenteou o cinetoscópio, aparelhou cujo elemento essencial era o filme de celuloide perfurado, fabricado na América do Norte por George Eastman e Goodwin. Em 1894, o cinetoscópio foi levado a público, em sessão especial, em Nova York.
A 28 de dezembro de 1895, os irmãos Auguste e Louis Lumière expõem ao público a sessão cinematográfica Saída da fábrica, pelo preço de um franco por sessão, no porão do Grand Café, no Boulevard dos Capuchinhos. Tão perfeito era esse aparelho que foi considerado o protótipo dos modernos aparelhos cinematográficos.
Quando o cinema ainda era mudo, na França, o primeiro grande produtor de películas cinematográficas foi Georges Méliès, que iniciou sua carreira como cineasta, projetando películas de cinetoscópio no Teatro Robert-Hodin de Paris. Produziu mais de quatro mil filmes, tornando-se famosos O couraçado de Maine (1898), Dreyfius (1899), Pigmaleão e Galatea (1900), entre tantos outros.
Projetor Lumière, considerado o primeiro projetor cinematográfico moderno do mundo. Getty Imagens.
O precursor do atual cinema foi o francês Abel Gance que, em 1927, adotando três câmaras para projetar um só filme, lançou Napoleão. Em 1921, Lee De Forest introduz o cinema falado (filme sonoro). O primeiro filme sonoro, em preto e branco, datado de 1927, com o nome de D. Juan, foi apresentado em Nova York a 5 de agosto de 1927.
Após várias experiências, a Kodak lançou em 1925 o Kodacolor, em 16 mm. A partir de então, vários sistemas apareceram, aperfeiçoando-se a técnica do cinema colorido. A partir daí, o cinema evoluiu em tecnologia e produção, sendo o maior centro cinematográfico do mundo Hollywood, subúrbio de Los Angeles, arrendado em 1913 por Cecil B. Mille e Jesse L. Lasky.
Avatar, produzido em 2009, é filmado inteiramente em 3D. Um marco tecnológico da história do cinema. Divulgação/20th Century Fox.
Linguagem cinematográfica
A linguagem cinematográfica é complexa e utiliza técnicas próprias. O resultado é um produto com características específicas, que reúne palavras, sons e imagens em movimento.
Os elementos principais da linguagem cinematográfica são: o enredo, a ambientação, a sequência, as cenas, o enquadramento, as personagens, a trilha sonora, a montagem e os efeitos especiais.
ENREDO
No cinema, assistimos a uma projeção cinematográfica de cerca de duas horas. A narração de uma história, portanto, é muito importante, assim como o enredo, para prender a atenção do espectador.
AMBIENTAÇÃO
Num filme, veem-se muitos ambientes, novos, conhecidos ou desconhecidos. Alguns, apesar de parecerem reais, são apenas cenários feitos nos estúdios cinematográficos. É difícil um filme passado sempre no mesmo lugar.
Os filmes são dinâmicos e, geralmente, apresentam muito movimento e muitas cenas.
SEQUÊNCIA E CENAS
Os elementos que indicam o tempo e o lugar da narração determinam a necessidade de se subdividir a história em sequências e unidades (cenas). Os atores trabalham ações sucessivas, compostas de cenas enquadradas em ambientes. As sequências de um filme se desenrolam em tempos e lugares diversos.
ENQUADRAMENTOS
São os pontos de vista pelos quais são retomadas cenas com os atores e as filmagem.
REPRISE
As reprises relativas às personagens são chamadas planos e se dividem em:
- figura inteira (FI) Z - o ator, nesse caso, ocupa toda a tela do cinema;
- plano americano (PA) - o ator ocupa a tela até a metade dos joelhos;
- plano médio (PM) - a personagem aparece do tórax para cima;
- primeiro plano (PP) - usado nos diálogos. As personagens aparecem da cabeça até o busto;
- primeiríssimo plano (PP) - aparece só o rosto do ator, que praticamente ocupa toda a tela.
DETALHES
São usados tanto para a figura humana como para objetos, chamando a atenção do espectador para o que se quer apresentar.
CAMPOS
São as reprises que ilustram um espaço mais ou menos amplo, distinguindo-se pela ampliação e enquadratura da cena. Podemos classificá-los em:
- campo distante - a máquina de filmar fica bem distante da personagem. O fundo é tomado por um grande panorama ou detalhes.
- campo longo - a figura humana é colocada num campo muito distante e amplo, porém reconhecível. Neste caso, a filmagem e o ator se enquadram.
- campo médio - os atores representam no centro da cena, ocupando a metade da enquadratura.
- campo total - é usado para enquadrar atores que se encontram em outros planos que não o central (figurantes).
TRILHA SONORA
Serve para complementar e acompanhar a narração. A música deverá causar impacto nos espectadores de acordo com o que está sendo visto.
MONTAGEM
Um vez terminadas as reprises, o filme passa para a montagem, fase delicada e de muito trabalho.
É durante a montagem que as cenas são selecionadas (algumas são eliminadas) e enquadradas no roteiro final.
O ritmo narrativo, a trilha sonora, a sequência das cenas é que vão dar ao espectador um filme vibrante e atraente.
Os gêneros cinematográficos
Guerra - traz histórias em que as personagens estão envolvidas em guerras e a filmagem é um verdadeiro campo de batalhas;
O filme A Dama de Ferro, de 2011, é do gênero Drama e Biografia. Divulgação/Paris Filmes.
Um pouco de cinema brasileiro
O cinema brasileiro deve muito a três nomes:
ALBERTO CAVALCANTI (1897): nascido no Rio de Janeiro, iniciou sua carreira como cenógrafo e arquiteto das produções de L. Hérbier, em Genebra, tornando-se posteriormente diretor. Tinha estilo de vanguarda. Foi contratado pela Cia. Vera Cruz, em 1945, e produziu Caiçara, Terra é sempre terra e Simão.
VÍTOR LIMA BARRETO (1906): iniciou sua carreira de cineasta como diretor de O caçador de bromélias e Fazenda velha. Contratado pela Cia. Vera Cruz, dirigiu um filme de curta-metragem, como tema de sua autoria, denominado Painel. Em 1952, foi premiado no Festival de Veneza com o filme Santuário e, em 1953, laureado em Cannes com o filme O cangaceiro. Em 1961, produziu A Primeira Missa, filme de que participou como ator e produtor.
ANSELMO DUARTE, cineasta, diretor e produtor brasileiro, foi premiado com a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, em 1962, com o filme O pagador de promessas.
Cena do filme O pagador de promessas. Cinedistri/Embrafilme.
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